Boletim julho de 2022


Há algum tempo já, nós da GAGGA e a nossa rede temos enfatizado como as crises climáticas e ambientais exigem soluções feministas. Este ano, vários atores estão começando a reconhecer isso também. Em março, a Comissão da ONU sobre a Situação da Mulher (Commission on the Status of Women, CSW66) pela primeira vez abordou a igualdade de gênero no contexto das mudanças climáticas e da degradação ambiental como tema prioritário. A filantropa americana MacKenzie Scott fez doações irrestritas a organizações comunitárias que apoiam ações ambientais e climáticas — incluindo vários fundos para mulheres e por justiça ambiental  da rede GAGGA.

As avaliações mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC) exigiram uma resposta inclusiva, equitativa e justa em relação a gênero e mudanças climáticas e reconheceu pela primeira vez o valor do conhecimento dos povos originários e das comunidades

Em meio a esse crescente protagonismo acerca da justiça social e ação feminista pelo clima, a GAGGA aproveitou as oportunidades para ampliar o trabalho de nosses parceires em nível global – lançando a campanha anual #WeWomenAreWater no Dia Internacional da Mulher e coorganizando cinco sessões virtuais com a CSW66. Durante a campanha, a GAGGA e parceires destacaram cinco casos que ilustram as soluções climáticas justas em relação a gênero que grupos das comunidades estão liderando, em contraste com as falsas soluções climáticas que os fundos pelo clima e as instituições financeiras internacionais continuam apoiando. Essas parcerias locais e regionais da GAGGA discutiram os motivos porque seria melhor que esses atores financeiros pelo clima investissem nas ações pelo clima como as que estão sendo praticadas e relatadas no  evento do Fórum de ONGs da CSW que aconteceu no Dia Mundial da Água, o último dia da campanha.

A CSW66 proporcionou a diversos atores uma oportunidade de se reunirem e criarem estratégias para melhor apoiar as comunidades que protegem a terra enquanto defendem seus territórios e respectivos recursos naturais. A GAGGA coorganizou um  evento paralelo ao da CSW66 com Count Me In! e WECF; defensoras e defensores da terra e dos direitos de gênero juntaram-se a representantes de ministérios da Suécia, Chile e Países Baixos para uma discussão a respeito da liderança feminista na proteção da terra, na promoção de soluções climáticas e no apoio a estratégias de desenvolvimento verdadeiramente sustentáveis. No mesmo mês, a GAGGA lançou uma publicação sobre como mulheres e meninas defensoras do meio ambiente definem e vivenciam a violência estrutural, e realizou uma sessão virtual na qual defensoras e defensores e financiadores aprofundaram as conclusões do relatório.

Também comemoramos uma na vitória na Guatemala quando o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tomou uma decisão única de se retirar da construção de duas barragens controversas em Ixquisis, Guatemala. Ao longo de vários anos, nossa parceira AIDA e integrante da aliança Both ENDS apoiaram as comunidades locais em Ixquisis para apresentar suas reclamações ao banco e levá-las à atenção da administração. Este caso é um exemplo de como mulheres e comunidades afetadas por investimentos problemáticos – por exemplo financiamento para falsas soluções climáticas, como energia hidrelétrica em grande escala – podem ganhar processos contra bancos internacionais de desenvolvimento.

Esses eventos promoveram uma maior visibilidade da nossa agenda de gênero e justiça climática entre doadores, formuladores de políticas e o público em geral, favorecendo que a GAGGA e nosses parceires tenhamos nossas vozes coletivas ouvidas e nossas colaborações fortalecidas.

Há mais informações sobre os eventos acima, juntamente com recursos e artigos relacionados, na edição de junho de 2022 do boletim informativo aqui.


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